Com faturamento de R$ 699 bilhões e representando 9,7% do Produto Interno Bruto (PIB), a indústria de alimentos e bebidas teve que se readaptar aos tempos de coronavírus para continuar mantendo a produção.
Na contramão de outros setores, contratou 6 mil pessoas, abriu novos turnos em fábricas e reorganizou as linhas de produção para evitar a contaminação de funcionários. Embora no início da pandemia no Brasil, em março, tenha havido uma corrida aos supermercados para estocar alimentos, não houve desabastecimento nas redes.
— O país não enfrentou problemas de desabastecimento. Monitoramos diariamente, em conjunto com os supermercados, qualquer risco para nos anteciparmos — diz João Dornellas, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia).
Nas fábricas, os hábitos mudaram. Os trabalhadores, que já usavam máscaras, passaram a ter a temperatura medida na entrada, assim como visitantes e caminhoneiros.
A Nestlé, que tem 30 mil funcionários no Brasil, montou uma espécie de força-tarefa nas áreas de produção, logística e vendas, com deslocamento de funcionários de outros setores para garantir a operação. Foram instaladas barreiras de policarbonato nas linhas de produção para garantir o distanciamento de 1,5 metro entre os funcionários.