A Polícia Federal cumpre na manhã desta quarta-feira (2) dez mandados de busca e apreensão na sede da Fundação Municipal de Saúde (FMS) e em distribuidoras de material de proteção individual de Teresina. A operação batizada de “Caligo” faz parte da fase ostensiva da investigação.
A investigação apura fraudes em contratos emergenciais entre a Fundação Municipal de Saúde (FMS) e duas empresas fornecedoras de EPIs, kit de testes IGG/IGM, insumos e equipamentos hospitalares para enfrentamento à pandemia causada pela Covid-19.
A PF fez busca e apreensão nas empresas Distrimed, na avenida Odilon Araújo, bairro Piçarra, zona Sul de Teresina, e na Fermaq, na avenida Miguel Rosa.
Foto: Gorete Santos/ TV Cidade Verde
Distribuidoras alvo dos mandados ficam nas Avenidas Miguel Rosa e Odilon Araújo, ambos na zona Sul de Teresina
A investigação da PF aponta que foram empenhados cerca de R$ 17.427 milhões, de março a julho deste ano, para a compra do material, valor que teria sido superfaturado em 419%. A PF estima que o lucro bruto obtido seja de aproximadamente R$ 4.500 milhões valor suficiente para a construção de um hospital completo de campanha.
As ordens judiciais cumpridas têm o intuito de aprofundar as investigações acerca de irregularidade dos processos de dispensa de licitação, além de obter informações quanto ao recebimento dos produtos negociados entre as empresas e a FMS. A operação envolve a participação de 50 policiais federais e sete auditores da Controladoria Geral da União. Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal no Piauí.
Caligo é um termo extraído do latim e significa névoa. A escolha do nome da operação deu-se em referência à ausência de publicidade de contratos,empenhos,pagamentos investigados nos portais de transparência.
O Cidadeverde.com entrou em contato, por telefone, com as duas empresas envolvidas na operação. Na Distrimed, as ligações não foram atendidas e na Fermaq, uma pessoa que não quis se identificar, informou que no momento não tinha como esclarecer os fatos e que depois eles iriam se manifestar.
Atualizada às 8h50
Dois mil testes rápidos
O superintendente da CGU (Controladoria Geral da União), Glauco Soares, informou ao Cidadeverde.com que no levantamento da instituição a Fundação Municipal de Saúde efetuou pagamentos de R$ 19 milhões de abril a agosto para as duas empresas de distribuição de material para a saúde.
Glauco Soares disse que a investigação será esclarecida na coletiva – às 9h – junto com a Polícia Federal, mas adiantou ao portal que sobre os testes rápidos estão sob investigação a compra de 2 mil testes rápidos, além de material como álcool em gel e oximetro ( aparelho que mede o nível de saturação de oxigênio ou os níveis de oxigênio no sangue).
A delegada da PF, que presidente o inquérito é Milena Caland.
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