Entre os dias 15 de setembro e 10 de outubrodez trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão em três propriedades rurais do Maranhão, durante a Operação Nacional Resgate V, realizada por auditores-fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A ação teve como objetivo combater o trabalho escravo contemporâneo em todo o país.

 

Os resgates foram conduzidos pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel, coordenado pelo Ministério do Trabalho, com apoio das unidades regionais do órgão nos estados. As equipes identificaram situações graves de violação de direitos trabalhistas, incluindo ausência de registro em carteira, moradias precárias e jornadas exaustivas.

Um dos casos mais graves foi registrado em uma fazenda de pecuária no município de Monção, onde um vaqueiro trabalhava há cerca de 15 anos sem qualquer direito trabalhista. De acordo com os auditores, ele não possuía carteira assinada, férias, 13º salário nem depósitos de FGTS.

O homem vivia com a família em um alojamento improvisado com tábuas e tijolossem energia elétrica, banheiro ou condições mínimas de higiene. Segundo o relatório da fiscalização, o trabalhador dormia em um colchão velho e sujo, dentro de um cômodo cuja porta era feita de ripas cobertas por uma chapa de zinco.

água consumida pela família vinha de um poço sem qualquer proteção, e os alimentos encontrados estavam estragados. O local não possuía pia, banheiro ou sistema de esgoto, e as refeições eram preparadas de forma improvisada.

Os auditores constataram ainda que o trabalhador e seus familiares apresentavam sinais de problemas de saúde decorrentes das condições degradantes em que viviam.

Todos os trabalhadores resgatados receberam assistência imediata, incluindo o pagamento das verbas rescisórias e o acesso a programas de proteção social. Os empregadores foram autuados e deverão responder pelos crimes trabalhistas e pelas infrações constatadas.